O Brasil teve um desempenho significativo na recente edição da Copa Cervezas da América, um concurso que contou com a participação de cervejarias de todo o continente americano. Foram 17 medalhas de ouro, 24 de prata e 39 de bronze, perfazendo 80 premiações.
Durante três dias de evento, em Santiago, Chile, cerca de 30 juízes reconhecidos internacionalmente avaliaram mais de 1.000 cervejas participantes. A Noi foi eleita como a melhor cervejaria brasileira e levou, no total, dois ouros, uma prata e dois bronzes. Já a Bier Hoff Pilsner, da paranaense Bier Hoff, foi considerada a melhor cerveja do país.
Também vale mencionar os ganhos por categoria. A Clementina Pale Ale, dos Irmãos Ferraro, foi avaliada como a melhor American Pale Ale. A cerveja Preguiça, por sua vez, da Mea Culpa, ganhou na categoria Spiced Beer, enquanto o rótulo Amante Ruiva, da Lohn Bier, agradou o paladar dos juízes com sua Irish Beer.
Dama Bier
Uma cervejaria piracicabana já bastante conhecida pelos cervejeiros, a Dama Bier também merece destaque. A Dama Reserva 6 recebeu a medalha de ouro na categoria Wood-Aged Beer. O rótulo, que celebra os seis anos da cervejaria, maturou durante um ano em barris de carvalho americano que continham vinho, uísque e cachaça, além de barris de Umburana, madeira típica brasileira.
Já a Dama Tupi – feita em colaboração com a cervejaria Tupiniquim – e a Dama Pilsen receberam a medalha de prata nas categorias Specialy IPA e American Lager, respectivamente.
Também teve avaliação positiva dos juízes a Dama ESB, premiada com a medalha de bronze na categoria Strong Bitter. A breja caracteriza-se pela intensa presença de lúpulo contrastando com o dulçor do malte. O resultado é uma cerveja equilibrada e de alta drinkability.
Segundo Renato Bazzo, fundador da Dama Bier, a quantidade de prêmios recebidos comprovam a preocupação da empresa com a qualidade e grande personalidade sensorial das cervejas. “Já ultrapassamos o número de 50 medalhas. Tudo isso é resultado de muito trabalho e dedicação de toda a equipe”, afirma.
Lógica Absurda
Também vale mencionar a cerveja Lógica Absurda, desenvolvida pela mestre-cervejeira Amanda Reitenbach em parceria com a Tupiniquim. Esta Berliner Weisse leva ameixa vermelha e framboesa, e ganhou bronze na categoria Specialty Fruit Beer.
Uma curiosidade: “Lógica absurda” é como o escritor inglês Lewis Carrol definiu a história de Alice no País das Maravilhas. “Apesar de a narrativa ser repleta de absurdos, há muita lógica e matemática em seu contexto. Por estar entre minhas obras preferidas, recorri ao seu conceito para este projeto”, explica Amanda.
A cervejaria Therezópolis foi outra que causou ótima impressão entre os juízes. Sua Therezópolis Rubine levou a medalha de ouro na categoria Doppelbock. A linha especial da Bohemia também não passou em branco: a 14-Weiss e a 838 Pale Ale tiraram o terceiro lugar em seus respectivos estilos.