Boas cervejas dependem não só da habilidade do cervejeiro, como também de matérias-primas de qualidade. Em evento realizado nesta terça-feira, na Baco Pizzaria (408 Sul), o gerente comercial da Realli Insumos Cervejeiros, Felipe Panelli, anunciou algumas novidades trazidas para melhorar a produção tanto dos cervejeiros caseiros, quanto das cervejarias em geral.
Estavam presentes empresários, membros da Acerva Candanga e donos de cervejarias, além de Leonardo Mustafa, que é representante comercial da Realli em Brasília.
Lupulina
Uma das boas surpresas que prometem movimentar o mercado é a lupulina, substância extraída do lúpulo, mais especificamente das glândulas lupulinas. É neste “pozinho” que estão concentrados os óleos essenciais que aromatizam e dão sabor especial à breja. “O uso da lupulina traz vantagens, já que contém o dobro de alfa-ácidos do tradicional pellet”, destaca Felipe.
Segundo ele, há algumas dificuldades apenas no dry hopping. A lupulina é em pó, com peso menor que os pellets. Por este motivo, fica em suspensão, sem se misturar de forma homogênea ao produto durante a fermentação. Apesar disso, existem técnicas que conseguem driblar o problema, como ligar, ao fermentador, um circuito de recirculação, para fazer a mistura. Em breve, este procedimento nem será mais necessário: “Teremos, no futuro, a lupulina em pellets, que resolverá essa questão de maneira mais prática”, anuncia.
Felipe acredita que a lupulina já está mudando o mercado cervejeiro. “Estamos fazendo testes na Perro Libre e na Dádiva”, afirma. “Grandes cervejarias dos Estados Unidos já utilizam o produto”.
BestMalz
O gerente comercial falou, ainda, sobre novas leveduras, growlers e barris disponibilizados pela Realli. Por último, deu especial destaque aos maltes da BestMalz, empresa fundada em 1899. Sua sede é em Heidelberg, na Alemanha, e seus maltes – cerca de 60 tipos – são encontrados em 75 países.
“Nosso produto é superior por várias razões. Os cultivares de cevada passam por 144 horas de germinação; em outras marcas são 96 horas, em média. Esse tempo maior faz com que o malte tenha mais amido e proteína, além de melhor rendimento”, argumenta Felipe.
Outro aspecto que garante a qualidade dos grãos malteados é a caramelização homogênea, imprimindo uma cor uniforme. No caso dos maltes torrados, a tecnologia de torrefação é diferenciada, mais suave, para evitar o amargor desagradável da pirazina.
A BestMalz produz alguns maltes exclusivos e tem, inclusive, um Centro de Inovação do Malte, que desenvolve produtos customizados para cervejarias.
O Best Special X é um dos destaques do portfólio da marca, sendo indicado para uso em até 20% na receita da cerveja. “Este foi o malte escolhido para o concurso Best Brew Challenge do ano passado”, relembra Felipe, ao citar a disputa anual promovida pela BestMalz para cervejeiros caseiros.
Com leve aroma defumado, o Best Special X traz à cerveja notas de passas, frutas secas e chocolate. É utilizado em brejas escuras, como Altbier, Porter, Bock e Stout, entre outras.
Vale citar, ainda, a Best Red X, um dos poucos maltes que podem ser utilizados 100% na receita. Possui aroma intenso de maracujá, ameixa e xerez. Combina bastante com lúpulos aromáticos, como o Cascade.
Dicas para obter o vermelho perfeito em sua cerveja com o malte Best Red X
- Utilize 100% de malte Red X. Atinja um extrato de 12,5º Plato (mosto pronto) e um pH de 4,2 a 4,5 na cerveja já finalizada.
- Se é desejado um extrato abaixo de 12,5º, é recomendado ajustar um pouco de malte Melanoidin, para que a cerveja fique um pouco mais escura.
- Se é desejado extrato mais alto que 12,5º, é recomendado um pouco de malte Pilsen.
- A intensidade do vermelho também depende do pH do líquido. Quanto mais ácido (baixo pH) o líquido (mosto ou cerveja) for, mais intenso será o tom do vermelho.
- Por fim, não se esqueça de que a turvação tem grande impacto na cor percebida. Em qualquer caso, o produto final deve ser o mais claro possível, uma vez que qualquer turvação ou nebulosidade diminui os tons de vermelho.
Fonte: Realli/BestMalz