Andrea Sousa, Estácio Rodrigues e Rogéria Xerxenevsky: até 60 alunos devem participar da primeira turma do ICB em Brasília

Criado em 2010, o Instituto da Cerveja Brasil (ICB) ganhou reconhecimento e prestígio entre os cervejeiros, devido aos cursos de qualidade que promove no país. Mais de 7 mil alunos já foram formados e muitos atuam com destaque no mercado de cervejas especiais. Após várias negociações, o principal curso do ICB, o de sommelier de cervejas, finalmente está chegando a Brasília.

As aulas acontecem a partir de 20 de maio, nas dependências da Stadt Cervejaria, no Setor de Indústrias Gráficas. A Stadt, aliás, é patrocinadora do curso, juntamente com a Micro X. São cinco finais de semana intensivos, sempre aos sábados e domingos, com o término previsto para 20 de agosto. Está programado, ainda, um jantar harmonizado para o dia 18 de agosto, sexta-feira.

Pratos e finger foods criados por Lui Veronese foram harmonizados com cervejas Stadt e Micro X

Coletiva e coquetel

Nesta semana, o diretor do ICB, Estácio Rodrigues, esteve na Stadt Cervejaria para uma coletiva, da qual participaram jornalistas, membros da Acerva Candanga, a confraria feminina Däs Könfrädessäs e representantes do mercado cervejeiro na capital. Logo após, houve coquetel harmonizado com cervejas Stadt e Micro X.

Os pratos e finger foods servidos levam a assinatura do chef Lui Veronese, que tem experiência em usar cervejas como ingrediente de suas receitas. “A harmonização de comida com cerveja é uma grande tendência por aqui e ajuda a valorizar o papel dessa bebida na gastronomia”, avalia o chef.

Pioneirismo

Estácio foi responsável, juntamente com Kathia Zanatta e Alfredo Ferreira, a montar o primeiro curso de sommelier de cervejas no país, que aconteceu em agosto de 2010, em São Paulo. Kathia, vale frisar, foi a primeira brasileira a ter essa formação e fez seus estudos em Munique, na Alemanha.

Desde então, foram mais de 35 turmas de sommeliers somente em São Paulo, além de várias outras em toda a região Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agora, o ICB chega ao Distrito Federal. Caso o aluno queira, após formado, ganhar mais bagagem técnica e profissional, pode se aprofundar em cursos específicos, como o de mestre em estilos, harmonização e análise sensorial.

Jornalistas e cervejeiros participaram da coletiva

O curso

Segundo Estácio, o curso de sommelier já torna o aluno capacitado a analisar tecnicamente diferentes estilos, sugerir cervejas adequadas a cada tipo de consumidor, sugerir harmonizações, elaborar cartas de cervejas distintas em pontos de venda de perfis diversos e utilizar conceitos e estratégias de marketing e mercado para fomentar as vendas e a difusão da cultura cervejeira, entre outras habilidades.

Para o diretor do ICB, é fundamental que o sommelier entenda todo o processo do serviço da cerveja. “Esse profissional deve saber servir pessoas e trabalhar no serviço é algo nobre”, pontua. “Apesar disso, grande parte de nossos alunos prefere atuar em outras áreas do mercado cervejeiro, seja numa microcervejaria ou como consultor, por exemplo”.

Quando o profissional está em início de carreira, Estácio recomenda, até para adquirir mais segurança, fazer palestras ou montar cartas de cervejas para amigos.

Ciro Lemos e Kirk Douglas, da Casa OLEC, e Ricardo Coutinho, da Fábrika da Cerveja

Conquistando novos públicos

Para ele, é importante promover eventos de degustação e harmonização aos mais diversos públicos. “Precisamos disso, até para trazer mais pessoas para esse mercado, que ainda é muito restrito”, analisa.

Estácio lembra que, dos 13 milhões de hectolitros de cerveja produzidos anualmente no Brasil, apenas 0,7% corresponde às cervejas artesanais. Esses dados foram divulgados no estudo A Cena Craft Beer no Brasil, feito pelo ICB.

“Pessimistas questionam se vale a pena investir num mercado que equivale a quase 1%. Acho que temos de pensar o contrário: temos 99% a conquistar”, observa. “Em pouco tempo, saímos de 96 microcervejarias para 450. Não tenho dúvidas de que, quando chegarmos aos 3%, teremos passado de 1.000 cervejarias. Haverá pontos de venda em cada esquina e muita gente pedindo por esse tipo de produto”, acrescenta.

Capacitação

Rogéria Xerxenevsky, sommelier de cervejas e sócia-proprietária da Microcervejaria X, formou-se pelo ICB há dois anos e fez, ainda, o curso de mestre em estilos.

Para ela, a chegada do curso em Brasília é importante, pois irá capacitar mais pessoas a atuarem num mercado em ascensão. “O cenário aqui se desenvolveu rapidamente. Precisamos mostrar para o Sudeste e o Sul do país, que o Centro-Oeste também faz boas cervejas”, afirma. “Queremos ter cada vez mais consumidores, para que haja mais cervejas, bares e estabelecimentos comerciais especializados”.

Andrea Sousa, representante comercial da Stadt Cervejaria, lembra do pioneirismo da marca no cenário cervejeiro brasiliense. “Muita gente no DF começou a degustar cervejas especiais aqui nesse bar, que existe há 12 anos”, destaca. “Queremos criar em Brasília um mercado cervejeiro de fato e que os brasilienses comecem a dar mais valor às cervejarias locais”, conclui.

Gostou? Deixe seu comentário aqui e compartilhe nas suas redes sociais!