Incrustada num ambiente rural, em área pertencente à Região Administrativa de Santa Maria, a Cruls Cervejaria é a mais nova fábrica de cervejas do Distrito Federal.
Seu nome é inspirado na Missão Cruls – como ficou conhecida a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil – que, no século XIX, demarcou o lugar onde seria construída a capital do País.
Seguindo o conceito de farm brewery, bastante difundido nos Estados Unidos, o empreendimento traz alguns diferenciais que prometem agitar o mercado.
Capacidade de produção
A produção inicial da fábrica é de cerca de 5 mil litros/mês, com capacidade para chegar a até 20 mil litros/mês.
O local comporta sala de brassagem e fermentação, galpão de suporte (com lavadora de barril, compressor de ar, etc.), câmara fria e envasadora.
Na área externa estão churrasqueiras, torneiras de chope, um simpático biergarten adornado com elementos de cervejaria e muito verde. Um local perfeito para se tomar uma boa cerveja e desfrutar da natureza.
Sustentabilidade
A preocupação com a sustentabilidade é um de seus pilares, já pegando carona em iniciativas de importantes cervejarias no País.
Uma das ações é a utilização de copos de vidro em esquema de caução ou mesmo venda a preço promocional.
O objetivo, é claro, é evitar o uso de copos plásticos, sem contar o fato de que o recipiente de vidro é mais indicado para o consumidor ter uma experiência sensorial completa, ao degustar as cervejas.
Qualidade
Outro pilar é a qualidade. “No nosso portfólio inicial queremos fazer receitas básicas, mas muito bem executadas”, frisa Rodrigo Braga, um dos sócios da cervejaria juntamente com Pedro Capozzi e Filipe Gravia. “A partir daí, partiremos para estilos mais complexos”, acrescenta.
Para ele, os brasileiros gostam de novidades e brejas diferenciadas, mas falta dominar justamente o básico. “Percebo muitas vezes um desequilíbrio entre dulçor, amargor e acidez. Os belgas já dominam bem isso, equilibrando vários elementos numa única cerveja”, argumenta.
Aprendizado na Inglaterra
No ano passado, Rodrigo deu um passo ousado: pediu demissão de seu emprego no Banco do Brasil e partiu para a Inglaterra, a fim de estudar na Brewlab, reconhecida instituição de ensino cervejeiro.
O curso British Brewing Technology teve duração de quatro meses, com teoria e muita prática. “Todas as semanas eu fazia estágio em cervejarias locais, produzindo cervejas. Também havia a prática em laboratório”, revela.
Já passaram pela Brewlab nomes como Maíra Kimura, sócia da cervejaria 2Cabeças, e Thiago Galbeno, idealizador da Perro Libre.
De acordo com o cervejeiro da Cruls, o relacionamento dos ingleses com a cerveja é bastante natural. “É como um alimento para eles. É comum ver os pubs lotados em plena segunda-feira. A cerveja, portanto, não é algo somente do fim de semana, mas do dia a dia”, observa. “Temos muito a aprender com eles não só no que tange ao processo e à tecnologia, mas também em relação à cultura, vivência e relação com a bebida”.
Laboratório
Todo esse aprendizado no exterior se reflete na filosofia de trabalho da Cruls. “Temos muito foco em qualidade, porque isso agrega à marca e diminui o desperdício”, frisa Pedro Capozzi.
Não à toa, a cervejaria contratou um gerente de qualidade, Marcos de Paula, que trabalhou durante dois anos na empresa Artisan, especializada em leveduras.
Está sendo, inclusive, montado um laboratório para estudos e experiências com novas receitas.
Rótulos
Por enquanto, a Cruls tem como cervejas de linha a Red Rye IPA, American Pale Ale, Belgian Blond Ale e Weizenbier.
Além disso, tem como parceiros as cervejarias Metanoia e Tortuga, ciganas que lançaram, respectivamente, a Witirica (Witbier com mexerica) e uma Belgian Blond Ale.
Segundo Capozzi, ambas as marcas trazem volume para a fábrica, diluindo o custo fixo. A meta é que, dentro de dois meses, a Cruls esteja fabricando 6.600 litros/mês.
“Estamos terminando a identidade visual dos rótulos e provavelmente em abril já teremos nossas cervejas nas lojas”, avisa.
Os rótulos da Cruls serão envasados em garrafas de 300ml e 600ml, exceto a Weizenbier, que virá com 500ml.
“Também temos a intenção de fazer produtos sazonais para épocas festivas, como Páscoa e Natal”, revela.
Cervejas mais complexas, inspiradas na escola belga, estão entre os planos dos cervejeiros da Cruls para o futuro, a fim de incrementar o portfólio.
Eventos
Apesar de estar em pleno funcionamento, a Cruls ainda não inaugurou oficialmente. A previsão é para o início de abril.
Por enquanto, promoveu o Open Fábrica, evento previsto, a princípio, para ocorrer mensalmente.
Neste sábado acontece o St. Patrick’s Day, com open bar a R$ 90 e transfer gratuito, partindo da Leroy Norte e Carrefour Sul.
Haverá música ao vivo com banda e DJ da Kombiando, foodtrucks, taplist exclusiva e, claro, chope verde à vontade.