As novidades do mundo cervejeiro às vezes demoram um pouquinho, para chegar no “quadradinho”, mas assim que desembarcam por aqui, viram uma febre. Assim aconteceu com os growlers, recipientes de vidro, alumínio ou cerâmica para acondicionar chope. Com a mesma função, o crowler é a nova “moda” que veio pra ficar.
No dia 12 de maio, aconteceu a inauguração da primeira crowler station de Brasília, o Chopp na Lata, no bar Beco das Garrafas (116 Sul). Esta semana, é a vez do Camberra (CLSW 101) oferecer a novidade.
Maior durabilidade
Felipe Gentil, proprietário do Beco das Garrafas, conta que a primeira crowler station brasiliense foi resultado de uma parceria do bar com um de seus clientes mais assíduos, Bruno Pereira, e o empresário Vítor Porto. “Pesquisamos lugares no Brasil que disponibilizam o serviço, como em Belo Horizonte, e fizemos alguns testes. Num espaço de apenas dois meses, implantamos esta forma diferenciada de levar chope pra casa”, detalha Felipe.
São seis torneiras plugadas diariamente, de terça a sábado. O cliente pode tomar na hora, harmonizando com os petiscos do lugar, ou levar seu chope preferido em latas de 473 ml, de forma rápida e prática.
Segundo Felipe, o crowler garante maior durabilidade que o growler. “As cervejas mais lupuladas e alcoólicas, como as IPAs, mantêm-se frescas por até 15 dias. Esse tempo pode variar, pois depende também de quando o barril foi plugado”, afirma.
Já para Neto Sancho, proprietário do Camberra, uma IPA mantém-se intacta na lata até um mês. As Lagers, por sua vez, não são tão longevas. “O ideal é consumi-las dentro de uns sete dias”, recomenda. A loja disponibilizará os crowlers a partir desta semana, em recipientes de 1 litro.
Da sanitização à vedação
As latas utilizadas como crowlers são feitas de alumínio e descartáveis. O primeiro passo é sanitizá-las. Injeta-se, então, o gás carbônico, para tirar o oxigênio. Em seguida, o chope escolhido é colocado no recipiente.
Para finalizar, uma tampa do tipo flip top, usada em bebidas em lata, é inserida. Uma máquina específica realiza a vedação em poucos segundos.
Proteção contra a luz
O envase de cervejas em latas, outrora exclusividade de marcas mainstream, está agora cada vez mais comum nas microcervejarias brasileiras, como Dogma, Dádiva, Urbana e Tupiniquim, entre outras.
Essa embalagem é, de fato, mais prática, não só por ser mais fácil de transportar, como também por proteger o produto da luz, mantendo as características da cerveja.
Mesmo com tantas vantagens, ainda persiste o mito de que “breja na garrafa é melhor”. “Quanto isto ocorre, é por pura desinformação”, avalia Neto. “De vez em quando surge um ou outro cliente que não gosta de tomar a bebida enlatada, mas, em geral, as latas são bem aceitas entre aqueles que gostam de consumir boas cervejas”, conclui Felipe.