O Curral da Corina recebe, neste sábado, o sócio-proprietário da Cerveja Blumenau, Carlo Lapolli, que ministrará um workshop sobre o estilo Catharina Sour, criado em Santa Catarina.
O evento, que tem apoio da Acerva Candanga, já ocorreu em outras cidades, como Manaus (AM), Belém (PA) e Maringá (PR). O público-alvo são os cervejeiros caseiros e profissionais, além de interessados em se aprofundar no universo das cervejas.
Lapolli, que também é diretor comercial da cervejaria Itajahy e presidente da Associação das Microcervejarias Artesanais de Santa Catarina (Acasc), mostra definições conceituais e técnicas de produção. Na ocasião, também haverá degustação e brassagem de uma Catharina Sour. A entrada é gratuita.
História do estilo
No final de 2014, diversas cervejarias catarinenses foram, aos poucos, lançando cervejas baseadas no estilo Berliner Weisse, da escola alemã, com adição de frutas. Contudo, a Catharina Sour só passou a se delinear como um estilo propriamente dito a partir de 2016, quando foi popularizada graças ao trabalho de divulgação da Acasc e dos cervejeiros do Estado.
A cerveja leva adição de frutas regionais, é acidificada com lactobacilos e fermentada com cepas de leveduras neutras de alta fermentação. É também mais alcoólica que a Berliner Weisse, com teor ultrapassando os 5% “Estamos agora pleiteando, junto ao Festival Brasileiro da Cerveja, que haja uma categoria do estilo no concurso promovido pelo evento”, revela Lapolli.
A Catharina Sour não está, por enquanto, oficialmente registrada no Beer Judge Certification Program (BJCP), mas esta realidade, de acordo com o presidente da Acasc, poderá mudar em breve.
Bebida refrescante
De acordo com Lapolli, já foram lançados mais de 30 rótulos com o estilo no Brasil. Destaque para a Sun of a Peach, da Cerveja Blumenau, e a linha de Catharina Sours da Lohn Bier, com adição de bergamota, jabuticaba, uva goethe, bergamota e butiá. “Quando fizemos o workshop em Manaus, degustamos 10 frutas locais e escolhemos o bacuri para a brassagem em panela de 40 litros”, conta.
Para ele, as Sours têm um papel na gastronomia similar ao dos espumantes brut, que são mais secos. “São bebidas muito refrescantes e trazem a adição de frutas, que dão um diferencial. Por isso têm feito tanto sucesso nos últimos meses, entre os cervejeiros”, aponta. “O consumidor está cansado da mesmice e tem despertado para sabores novos”.