Uma das mais cultuadas cervejarias artesanais do país, a Bodebrown lança projeto para construção de sua nova fábrica. Para viabilizar a empreitada, a empresa paranaense, comandada pelo cervejeiro Samuel Cavalcanti, colocou no ar um hot site (www.novafabrica.bodebrown.com.br), onde disponibiliza uma linha especial e histórica de produtos. São cervejas comemorativas, taças, bonés e até camisetas. A renda obtida com a venda dos itens será destinada à ampliação da Bodebrown.
“Convocamos os fãs para juntos construirmos este sonho. São eles a razão para a Bodebrown existir e, acreditamos, o tamanho da empresa será proporcional a esta paixão”, diz Cavalcanti. “Nosso tamanho será determinado por este envolvimento”. E acrescenta: “O objetivo com este modelo de expansão é continuarmos independentes dos grandes grupos econômicos do segmento e investidores, preservando, assim, nossa liberdade criativa”.
De acordo com o cervejeiro, as propostas para investidores adquirirem partes ou mesmo toda a Bodebrown são constantes e recheadas de altas quantias. “Não abrimos mão de crescer, mas queremos ficar distantes de grupos de investimento e grandes impérios. Acreditamos na força de um crescimento conectado com o trabalho artesanal e artístico, que marcam nossa essência”, explica.
Independência
A empresa já conta com uma nova área, no mesmo bairro onde se encontra atualmente: a Vila Hauer, em Curitiba (PR). Para a futura fábrica sair do papel, são necessários agora investimentos da ordem de R$ 3 milhões, que vão ser destinados à construção de um novo complexo e aquisição de tanques, salas de brassagem, centrífugas, caldeiras e todo o aparato necessário.
O objetivo é saltar dos atuais 60 mil litros produzidos por mês para 120 mil. Haverá também ampliação dos funcionários, de 35 para 50. Neste processo de expansão, a Bodebrown já investiu cerca de R$ 1 milhão, direcionados para a compra de uma área de 500 metros quadrados, projeto, pesquisa e desenvolvimento inicial da fábrica.
Nos séculos passados, grandes monastérios na Europa produziam cervejas e utilizavam o valor das vendas para cobrir o custo de vida dos monges e fazer a manutenção dos edifícios e terrenos. “Era comum mosteiros usarem a cerveja como moeda de troca, ou para arrecadar fundos, para a construção de novas igrejas”, comenta Cavalcanti.
Algumas cervejarias buscam até hoje esta tradição, como a californiana Ovila. “O motivo para continuarmos independentes é a blindagem elaborada pelos fãs”, enfatiza Cavalcanti.
Produtos históricos
Foram criados variados kits, que vão de três garrafas de 330ml, com seis garrafas, ou seis garrafas mais taça, até kit minigrowler com minitaça, garrafas de 750ml e kits de seis unidades de 750ml.
As cervejas selecionadas para começar com esta ação foram Double Perigosa e 4Blés. Entre os itens, estão disponíveis bonés, camisetas e camisas. A cervejaria ainda irá lançar outras novidades nas próximas semanas.
O produto que mais chama a atenção nesse portfólio é, provavelmente, um sonho de consumo para muito cervejeiro. Trata-se da Double Perigosa Wood Aged Series 18%, uma Strong Ale maturada em barris durante 24 meses. Esta cerveja de guarda, se mantida a 12oC, pode durar até 30 anos. E, como o próprio nome já diz, tem nada menos que 18% de teor alcoólico.
Você pode levar essa belezinha pra casa, mas prepare-se: a garrafa de 3 litros, juntamente com a taça com capacidade para até 2 litros, custam a bagatela de R$ 1.500. O valor pode ser dividido em até três vezes sem juros ou 12 vezes com acréscimo. Vai encarar?