Neste domingo, a Casa OLEC Brasília promoveu seu primeiro Curso de Cerveja Artesanal. Um grupo de 16 pessoas acompanhou a brassagem de uma Pale Ale, um dos estilos mais simples, para quem quer iniciar na arte cervejeira. Mateus Caetano, proprietário e criador da Casa OLEC, veio de Belo Horizonte especialmente para ministrar o curso.
Pela manhã, os participantes tiveram uma aula teórica sobre os principais ingredientes da cerveja e as fases da brassagem. A tarde foi dedicada apenas à parte prática, para melhor assimilação do conteúdo.
Passo a passo da produção
No grupo, bastante heterogêneo, havia desde curiosos interessados em aprender noções básicas sobre a bebida mais popular do mundo, até cervejeiros caseiros, que queriam dominar alguns segredos para aperfeiçoar a produção e corrigir erros.
“Na hora da fervura, a panela deve estar destampada, para que haja evaporação do DMS”, ressaltou Mateus, ao alertar os alunos sobre um erro muito frequente entre cervejeiros iniciantes. O DMS, ou dimetil sulfeto, é um dos off-flavors mais comuns e deixa a cerveja com um indesejável aroma de milho cozido.
Sobre a água, o mais importante é que esteja limpa, sem cloro e preferencialmente com poucos minerais em sua composição.
Quanto ao malte, Mateus explicou que existem os chamados “maltes base”, ou seja, aqueles que servem de base para a produção de quase todos os estilos. São utilizados em um percentual maior na receita, devido ao maior poder diastático, referente à capacidade de converter amido em açúcares fermentáveis.
Os alunos aprenderam, ainda, outros conceitos na prática, como as rampas de mostura, a filtragem do mosto, o controle da temperatura, o momento de adição do lúpulo, a sanitização dos equipamentos e a fermentação. Termos como whirpool, trub, mash-out, priming, entre outros, foram, aos poucos, ficando familiares aos participantes.
Para Mateus, é importante que os alunos não só ponham seus conhecimentos em prática na sua própria casa, como também participem de brassagens com outros cervejeiros mais experientes.
Novos conhecimentos
Uma das alunas do curso foi Juliana Ferreira, antropóloga. Apreciadora de cervejas artesanais, ela já teve a oportunidade de degustar a bebida em países com tradição cervejeira, como a Alemanha. “Fiz o curso apenas para aprender a produzir em casa, sem interesses comerciais. A legislação brasileira ainda é muito complicada para o setor”, avalia. “Pretendo, ainda, fazer outros cursos na área”.
O também antropólogo Breno Figueiredo, por sua vez, tem outros planos. “Quero montar minha própria microcervejaria”, afirma. “Mas, antes, preciso dominar todo o processo e aprofundar meus conhecimentos. Quanto mais informação, melhor”.
Pertencente a uma família de sete irmãos, todos apreciadores de boas brejas, Breno gosta de ler sobre o tema e já havia feito um curso online de cerveja artesanal. “Até ajudei um amigo numa brassagem”, relata.