Este ano, durante o Casa Bier, em junho, uma máquina de autosserviço de chope, colocada no estande da Corina, chamou a atenção dos presentes. A ideia é muito simples: basta comprar um cartão, no qual são colocados créditos; daí, você escolhe a bebida e a quantidade exata que deseja consumir, evitando desperdício. E esse mesmo cartão pode ser usado em qualquer lugar que tenha o equipamento.
A iniciativa, implantada pela empresa Brew-Me, um negócio 100% brasiliense, era apenas o embrião de algo muito mais ambicioso: unir clientes, pontos de venda e distribuidores por meio de um aplicativo, que já entrará em fase de testes na próxima semana, tanto para iOS quanto para Android.
Hoje, o sistema entrou no ar somente para web, no site www.brewme.com.br. Lá é possível se cadastrar e ver os lugares e quais chopes estão plugados, seja pelo modo convencional ou de autosserviço.
Projeto brasiliense
Segundo a relações públicas da empresa, Marta Ibañez, a Brew-Me foi idealizada por seu marido, Robinson Lucas Filho – conhecido como “Zeca” –, com o objetivo de popularizar o consumo de cerveja artesanal e, consequentemente, abaixar os preços. “Descobrimos o sistema de autosserviço da Bodebrown e uma startup chamada myTapp. Após consolidarmos parcerias, participamos do Casa Bier, juntamente com a Corina”, conta Marta. “Queríamos validar a união do kegerator (geladeira adaptada para armazenar barris de chope, com torneiras externas) com o sistema myTapp, de Florianópolis, e foi um sucesso”.
Evitando o desperdício
A partir de formação técnica no Brewers Association, dos Estados Unidos, eles tiveram a expertise necessária para criar um projeto visando a maior eficiência com o menor desperdício. “Descartamos todo o processo empírico no serviço de instalação e manutenção de chopeiras, e trouxemos a ciência para o mundo da cerveja”, afirma.
De acordo com ela, um sistema convencional de chopeira apresenta desperdício médio de 15% e esse custo é repassado ao cliente. Um bar que venda, em média, 500 litros de chope artesanal por mês, terá desperdiçado 75 litros ao longo desses 30 dias. O prejuízo é de R$ 34 mil, considerando o preço médio de venda de R$ 40 o litro. Com o método da Brew-Me, a ideia é minimizar ao máximo essas perdas.
Aplicativo e site
Pelo site da empresa, já é possível ver alguns chopes artesanais disponíveis em estabelecimentos do DF. Depois, com o aplicativo, esta experiência será ainda mais completa. O cliente pode, por exemplo, receber notificação, quando um novo barril for conectado e, numa segunda fase, até comprar barris para eventos diretamente dos distribuidores.
Também está previsto um programa de pontuação, no qual há trocas de pontos por prêmios, assim como integração com o aplicativo Untappd. Este, já famoso entre os cervejeiros, permite que o usuário veja quais cervejas seus amigos estão bebendo e avaliações dos rótulos. Numa terceira fase será implantado o cashless, ou pagamento automatizado, por meio de pulseiras e QR Code.
Pontos de venda, produtores e distribuidores também podem ser cadastrados no site e aplicativo para anúncio de cervejas disponíveis e torneiras, além de notificação de clientes. Futuramente, haverá cadastro de cardápio, loja virtual, controle de pagamento, venda direta para os pontos de vendas e compra coletiva de barris. “Esse conceito de unir toda a cadeia produtiva/consumidora por meio da web e aplicativo é único no país”, garante Marta.